"Sempre soube o que queria da vida. Nunca duvidei, nem por um segundo, da minha força, das minhas capacidades. Porque motivo se torna agora tão difícil para mim enfrentar um novo dia, levantar-me da cama e voltar a ir à luta? Deito-me lavada em lágrimas e mal acordo elas são as primeiras a acariciar o meu rosto despido de maquilhagem. Maquilhagem essa que utilizo para esconder as olheiras que teimam em não desaparecer. Rogo-te pragas. Sim, a ti que me deixaste neste estado decadente. Um fantasma vagueando pelo mundo, só e abandonada. Sem ser amada. Apetece-me arrancar do peito este músculo que se chama coração, apesar de saber que o que está estragado é a cabeça. O coração apenas reage aos estímulos cerebrais, batendo mais depressa. Se virmos bem, o amor e a paixão são apenas um conjunto de reacções químicas, uma conta matemática. Então porque motivo é para mim este bicho de sete cabeças, que me faz querer acabar com tudo?!
(...)
Está a chover lá fora. E há vento. Muito vento. Julgo mesmo que acabei de ver um relâmpago. Calço os sapatos e saio. Hoje ninguém me pára. Estou farta desta monotonia de dor. Não me apanhas noutra destas. A chuva fustiga-me o rosto, o vento faz o meu cabelo voar a seu belo prazer, acabando por me bater. As árvores vergam-se perante a força da natureza. Curiosamente, estou mais forte do que nunca! Tenho um sorriso nos lábios, a mente vazia e o coração calmo. Já nem sabia como era estar calma. Calma... Que palavra... A tua imagem não me vem à cabeça, a tua voz não me sussurra palavras ao ouvido e não sinto o toque da tua pele na minha.
Olho em frente e vejo um caminho bem delineado à minha frente. Assim que der o primeiro passo não há volta a dar. É um novo início!
Sou só eu. Eu, a chuva, o vento, a trovoada e este novo caminho à minha frente. (...)"
Não está aqui todo, porque há uma parte, que agora depois de relida, não gosto e por isso tenho de a refazer. De resto, é no que agora ando a trabalhar :) Espero que gostem!