Barbaridades. Principalmente barbaridades cometidas a animais inocentes, que não se podem defender, nem dizer que não gostam daquilo que lhes estão a fazer.
Ontem, já perto da uma da manhã, fui à sala buscar o meu telemóvel e vi que estava a chover torrencialmente. Uma coisa louca. E para além da chuva torrencial estava vento, muito vento e consequentemente muito frio!
Peguei no telemóvel e encaminhei-me para o quarto, mas para tal passo pela cozinha. E nós temos uma janelinha pequenina, que fica sempre aberta. E ao passar por lá ouvi ganir. E ladrar. Muito e muito alto e muito desesperado!
Fiquei preocupada. Com tanta chuva e tanto vento... Estaria algum cãozito abandonado? Magoado? Não me consegui deitar sem ver o que se passava. Quando ponho a cabeça de fora (e fiquei logo toda molhada) vejo um cãozito bebé, preso à porta do bar que nós temos na nossa traseira. Ou seja, a belíssima dona dela, estava no quentinho do bar, enquanto que o cachorrito estava preso, à chuva e ao frio. O cão nem sabia o que fazer. Gania, ladrava, saltava, gania, gania e gania. E eu com o coração apertado. E ficou assim uns dez minutos.
E eu a ver. As lágrimas já escorriam.
Quando vejo a dona a sair do café, muito calmamente, ainda se encolheu toda ao ver o tempo e depois pegou na trela do cãozito (ele todo satisfeito) ainda fez uma careta ao ver que estava toda molhada e seguiu caminho...
Há coisas que mexem comigo de maneiras inexplicáveis. E esta foi uma delas.
Se eu não estivesse mal do pé tinha lá ido a correr buscar o cão. Porque são barbaridades que não se fazem. Queria sair, não levava o cão para o meio daquele temporal...
Não percebo, a sério que não percebo como há pessoas capazes de fazer tanto mal aos seus mais leais companheiros!