Mommy, não te escrevi no dia devido, não por falta de lembrança, mas sim por falta de tempo. Aliás, escreva ou não escreva, nunca sais do meu pensamento, e sobrevives sempre em mim.
No dia de ontem, estavas de novo em apogeu na minha pessoa. Deste-me força neste último fim-de-semana para lutar. Elevo-te à mais alta posição, e daí não sais. Obrigada por nunca me deixares cair ao falhar.
Amo-te acima de tudo, e sei que sabes disso, que o sentes, nesse cantinho onde te encontras.
Vai atrasado, mas obrigada por me teres dado vida. Por me teres transformado em quem sou! E por teres sido quem foste!
São 6 anos. 6 longos anos sem o teu toque, sem o teu perfume, sem a tua voz, sem o teu sorriso, sem a tua presença, sem ti! 6 anos esses que ainda se irão multiplicar por muitos mais.
Os primeiros 3 anos foram de profundo sofrimento. Talvez o primeiro nem tanto, ainda não tinha entendido o que a morte significava. Foi o meu período de adaptação e de entendimento. Penso que caí na realidade desta minha nova vida, quando saí do colégio. Foi nesse momento que percebi que nunca mais cá estarias! Foram tempos críticos, onde não sabia bem o que fazer comigo. O meu corpo mostrava-se sempre forte e inalterado, mas a minha mente sucumbia aos meus desejos de desistir de tudo, e de não me preocupar com mais nada. Vi a mana velha tentar refazer a sua vida, tentando ultrapassar a dor da perda, e a mana em sofrimento permanente. Tentei recompor-me e apoiar a mana. O meu instinto protector estava ao rubro, apesar de o tentar esconder. Refugiei-me em atitudes egoístas, que criaram uma barreira entre mim e o Mundo. As minhas respostas eram rudes, frias, até um pouco incoerentes. Fui aprendendo a lidar (melhor ou pior) com o turbilhão de sentimentos que me assolava a alma, e aprendendo a sobreviver.
No presente, sinto imensamente a tua falta, é algo que me fere sempre que penso em ti. Faltam-me os teus sorrisos, os teus telefonemas. Falta-me a tua voz. O teu cheiro, a esse continuo a encontrá-lo na gaveta que guardámos para ti lá em casa. Reconforta-me, protege-me, acalma-me. Faz-me falta o teu toque. Sabes do que me lembrei há poucos dias? De quando me deitava na tua cama e tu, impelida pelo teu instinto maternal, e inconscientemente me começavas a passar a mão no cabelo. Eu barafustava, dizia para parares, mas a verdade é que amava esses momentos, e tu bem lá no fundo sabia-lo, porque continuavas.
Posso dizer que o meu estado de desespero já passou. Demorou um tempinho mas consegui recuperar a alegria de viver. Quando agora estou pior agarro-me com força a ti. Sim, o meu maior sofrimento é também o meu maior porto de abrigo. Porque agora sinto-te mais forte, sinto-te mais perto de mim do que alguma vez senti! Sei que estás aqui a meu lado, protegendo-me, guiando-me.
E aproveitando uma frase da mana: Se agora não podemos mais estar juntas, porque é que te sinto aqui tão perto de mim?
Amo-te. Amei-te ontem, quando te podia tocar; amo-te hoje, que não o posso fazer; e sei que te amarei amanhã. Porque mais juntas do que estamos agora, é impossível. És parte do meu coração e da minha essência!
10h40 da manhã. Enquanto eu e a mana velha tentávamos apanhar a roupa estendida, para não ir parar ao terraço do lado, devido à ventania que aqui estava, ouve-se um barulho de rodinhas na rua. Barulho que vai aumentando, aumentando; junto com a voz de uma criança.
Mana Velha: Que barulheira irritante logo de manhã!
Mags: É só uma criança a brincar com qualquer coisa que faz barulho... Coitadinha.
Mana Velha: Pareces tu, quando íamos de férias para o Inatel e fazias montes de barulho pelos corredores fora.
Mags: Não, eu não fazia barulho. Eu provocava um ligeiro ruído, super agradável, para dar a conhecer que já estava acordada. É totalmente diferente!
Mana Velha: Ahahah!
Mags: Agora estive bem, não estive?
A sério? Mesmo, mesmo a sério? Deslocou o braço? E estava toda arranhada? E não consegue mexer a mão? A sério? Mesmo, mesmo a sério? Naaaaaaaaao! Não pode ser. Deve é ser para os apanhados ahahah!
Cada vez tenho mais certezas. Certezas de que te quero a ti a meu lado. Que é a tua mão que quero agarrar, que és tu que eu quero abraçar, são os teus cabelos que quero acariciar, e os teus lábios que quero beijar! És tu. O teu todo. Com todos os teus defeitos e qualidades. Com tudo o que tens de bom e de mau. Tudo, tudo. Porque te vejo a perder a vergonha, a perder o medo de me falar. Porque me transmites uma calma que mais ninguém me transmite. Porque a teu lado sinto que posso fazer tudo, alcançar tudo, lutar contra tudo e todos. És tu e só tu! És a solução à questão que tu próprio criaste em mim. Não há outra resposta senão esta. Porque és fonte de sorrisos, dúvidas, mas também de muita felicidade! Porque por tua causa, eu não ando: Flutuo. Porque neste momento também já não tenho medo, já não tenho vergonha. Porque agora eu tenho a certeza de que vou lutar por ti.
Fecho os olhos e vejo-te à minha frente. A bola já não está do teu lado. A bola está do meu, pronta a ser enviada para junto de ti, com mais força, mais vitalidade, e muito mais irresistível.
E também porque prefiro ouvir um não, do que ficar à espera e não ter nenhuma resposta.
Cuidado, porque vou lutar por ti, com todas as forças que tenho!
Gosto de ti. Gosto TANTO de ti. Apetece-me gritá-lo aos sete ventos; pegar em ti e sacudir-te para que o percebas, para que acordes desse sonho encantado em que vives, desse alto pedestal onde te encontras. Preciso que desças à terra, que me digas que também o sentes, que também gostas, que també queres ficar comigo. Preciso de sentir a tua mão a agarrar a minha, de ouvir a tua voz a sussurrar-me ao ouvido. Preciso que me sorrias todos os dias, e que me olhes com esses teus olhos de que gosto tanto! Preciso, preciso, preciso!
Rapaz, tal como um amigo diz, acorda que de adormecido só mesmo a bela adormecida.
Estou aqui, aqui, mesmo à tua frente. Para ti, e só para ti.
Pai é ser mais do que progenitor. É ser mais do que aquele que nos dá o nome, ou ser aquele com quem nós nos parecemos. Ser pai é amar desmesuradamente, proteger infinitamente, e ter alegrias todos os dias.
Porque ser pai não é fácil, mas nos últimos anos tu tens vindo a sê-lo. Aprendeste a amar, ou pelo menos a mostrar que amas. Aprendeste a sorrir e a dizer "gosto muito de ti". Aprendeste a abraçar sem motivo aparente. Aprendeste a respeitar-me, e aprendeste a pedir desculpa quando erras.
Gosto de quando me abraças só porque sim. Gosto que olhes para mim e faças esses olhinhos pequeninos ficarem ainda mais pequeninos, mostrando que te orgulhas do que eu sou. Gosto que me digas "és grande". Gosto que me dês os parabéns pelas notas, e gosto que oiças as minhas histórias, por mais chatas que possam ser.
Podes melhorar ainda mais, verdade. Mas já percorreste um caminho imenso e mereces ser elogiado por isso. Mereces uma beijinho e um abraço daqueles bem grandes que te dou antes de dormir.
Mereces ouvir um Amo-te.
Sim, papá... eu Amo-te :)
Sempre que passo por ti sinto-me princesa, rainha de ti, que te prende com fios invisíveis e inquebráveis. Parece que flutuo, com movimentos suaves e lentos. Ou será apenas aquilo que sinto?
Mas eu gosto.
Gosto de perceber que percorres a multidão com o olhar até me encontrares. Gosto faças a tua cara séria enquanto os teus olhos estão esbugalhados. Não o nego. É coincidência ou interesse?
Não posso negar que gosto do teu olhar cravado em mim. Não posso negar que gosto da tua voz quando te diriges a mim. Não posso negar que gosto do teu sorriso. Não posso negar que gosto de ti!
É coincidência tu estares sempre onde estou, ou é interesse?
É coincidência hoje não teres tirado os olhos de cima de mim na Acad., ou é interesse?
Coincidência ou interesse? A bola está do teu lado.
Já vos disse o quanto gosto das minhas aulas de Inglês? Não? Então digo hoje...
ADORO-AS.
Foi mais uma aula bem passada, a maquilhar a Dri ahah e a fazer patavina...
Gosto MESMO destas aulas!