... foi a nota que obtive com este texto. O objectivo? A partir de a observação da imagem de uma lavadeira, olhando pela janela, imaginar e descrever o que ela veria do lado de fora, colocando Cesário Verde nesse plano.
Durante uma curta pausa que fiz, pus-me à janela a olhar o nada. À minha frente mora um homem intimidante, mas belo. Julgo ser um escritor, pois muitas vezes o vejo sentado a escrever. Porém, talvez seja apenas um apaixonado sem reservas, e escreva muito à sua amada.
Muitas são as vezes que o olhos e vejo a luxuosa vida que leva. Hoje é mais um dia de sorte. Ele está à janela.
Está a fumar muito. Parece a sua chaminé, em noite fria de Inverno. Não sei se aquilo será bom. O cheiro que no ar fica, deixa-me enjoada. Parece doente. Estará com febre? Passa a mão pela cabeça diversas vezes. Gostava de perguntar. Do seu lado direito, encontra-se uma mesa cara. Agarra-se com força a ela e senta-se. Vejo-o pegar em alguns papéis e rasgá-los. Serão de um amor não correspondido?
Não se concentra em nada e não o percebo. Consigo ver as sobrancelhas cerradas, os olhos fechando-se e abrindo-se por várias vezes. Parece aborrecido com alguma coisa. Talvez o que julguei cartas de amor, fossem a má notícia que esperava. Não sei. Mas no entanto, quando os seus olhos frios se encontram com os meus, parece que o gelo se desfaz e até julgo ver um sorriso chegar-lhe aos lábios. Apaga a luz e sai devagar.
Tenho de voltar ao trabalho.